Você já foi favorecido (ou prejudicado) pelo tal do QI?
Certa vez, falei que mais de 50% das contratações em empresas privadas são feitas por indicação.
Alguém discordou não do número, mas do conceito. Entre várias perguntas cabíveis, fez esta: "Por que hoje em dia é dado tanto valor à indicação feita por terceiros?"
Mas veja: isso não é de hoje em dia.
Por estas terras, a história começou em 1º de maio de 1500.
Naquele dia, o escrivão Pero Vaz de Caminha escreveu a carta ao rei D. Manuel, de Portugal, relatando o Achamento da Terra Nova.
No fim do relato, Caminha solicitou ao rei a transferência para Lisboa do seu genro Jorge Osório que, após praticar um assalto, fora exilado na Ilha de São Tomé.
Por ter acesso direto a quem podia decidir, Caminha não se constrangeu em pedir o favor.
Hoje em dia, com mais candidatos bons do que bons empregos, sempre haverá quem peça uma indicação – e sempre haverá quem atenda ao pedido.
E nem é preciso conhecer o rei. Basta conhecer alguém bem relacionado dentro da empresa.
Vale dizer que quem indica está avalizando profissionalmente o indicado, o que para a empresa já é razão suficiente para dar preferência ao pedido.
É assim que caminhamos desde Caminha.
E nada indica que descaminharemos em breve tempo.
Autor: Max Geringher, publicado no LinkedIn
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