Experimente ver, pela primeira vez, o que você vê todo dia, sem ver.
Parece fácil, mas não é: o que nos cerca, o que nos é familiar, já não desperta curiosidade.
O campo visual da nossa retina é como o vazio.
Você sai todo dia, por exemplo, pela mesma porta.
Se alguém lhe pergunta o que você vê pelo caminho, você não sabe.
De tanto vê, você banaliza o olhar.
Lá estava sempre, pontualíssimo, o porteiro.
Dava-lhe bom dia, às vezes, lhe passava um recado ou uma correspondência.
Um dia o porteiro faleceu.
Como era ele? Sua cara? Sua voz? Como se vestia? Não fazia a mínima idéia.
Em 32 anos nunca consegui vê-lo.
Para ser notado o porteiro teve que morrer.
Se, um dia, em seu lugar tivesse uma girafa cumprindo o rito, pode ser, também, que ninguém desse por sua ausência.
O hábito suja os olhos e baixa a vontade. Mas a sempre o que ver; gente; coisa; bichos.
E vemos? Não, não vemos.
Uma criança vê aquilo que o adulto não vê. Tem olhos atentos e limpo para o espetáculo do mundo. O poeta é capaz de ver pela primeira vez, o que, de tão visto, ninguém vê. O pai que raramente vê o próprio filho. O marido que nunca viu a própria mulher.
Os nossos olhos se gastam no dia a dia, opacos.
…e por ai que se instala no coração o monstro da indiferença.
Convite à reflexão:
De tanto ver? o que não vemos mais?
Está tudo normal?
O que já incorporamos no nosso dia a dia?
É muito louco tudo o que estamos vivendo?
Será que temos olhos cansados?
Se tivéssemos um olhar puro de uma criança novamente?
O que estamos vendo e não enxergando?
Será que estamos no piloto automático?
Será que é normal a pandemia?
Será que estou deixando de ver algo que realmente é importante e está passando despercebido?
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Sugestão de atividade:
Elaborar um parágrafo e junto com este parágrafo, escolha uma imagem que possa reforçar uma mensagem que seja útil para todos. Para fortalecer o grupo.
Que tal juntos termos um olhar diferente para tudo à nossa volta?
Faça isso com criatividade! Coloque emoção nesta tarefa!
Postar no Grupo do Whatsapp da turma!
Boas reflexões.
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